quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Guarda vidas abandonados

Em meio a alta temporada, mais um problema ameaça a segurança de banhistas e veranistas nos balneários de São Francisco do Sul. Dessa vez, as vítimas são os guarda-vidas civis que estão abandonados.

Falta de pagamento e de estruturas são as principais reclamações dos homens e mulheres que arriscam suas vidas para socorrer o próximo. "Os postos salva-vidas não receberam reformas, como o da Prainha que não foi pintado. Além disso, faltam bandeiras de sinalização. As que tem foram improvisadas com materiais doados pela Secretaria dos Balneários", afirma um dos guardas-vidas, que não pode se identificar por medo de ser exonerado.

De acordo com informações, o Estado disponibilizou seis milhões de reais para o Corpo de Bombeiro Militar manter a segurança no litoral catarinense. Parte desse dinheiro é destinado a manutenção do trabalho dos guarda vidas civil, mas o pagamento das diárias está a 25 dias atrasados e a previsão de pagamento está previsto somente para o dia 15 de fevereiro.

"Estamos sem pagamento e parece que não tem previsão certa para recebermos. Medidas estão sendo estudadas para resolver a situação, onde guarda vidas serão dispensados para sobrar recurso", explica o guarda-vidas.

A jornada de trabalho também é motivo de reclamações. O turno de trabalho na Prainha é para ser de seis horas por causa do alto nivel de estresse, mas os guarda vidas são obrigados a trabalhar o dobro (12). Além disso, os contratados estão pagando para trabalhar.

"Temos que pagar nossa alimentação, porque sem diária o dinheiro saí do nossos bolsos até para comprar protetor solar", reclama o guarda vidas.

Enquanto o problema não se resolve, os guarda vidas estão se virando como podem para não deixar a população na mão, mas as possibilidade do serviço parar nas praias não está descartada. Basta saber agora, o que o Comando do Bombeiro Militar vai fazer para contornar a situação.

Por Cesar Blanski
czarblanski@gmail.com

2 comentários:

  1. É, o descaso e a desorganização está presente em todos os níveis de nossa Administração. O Estado é um caos total, tanto em nível federal quanto estadual. As deficiências de hoje, que não podem ser sanadas de afogadilho, devem servir de mote para repensarmos o amanhã. As autoridades e setores da sociedade diretamente envolvidos com estas questões devem iniciar desde já as discussões e preparativos para que no futuro estes fatos não se repitam e venham a trazer choro e prejuízos para a sociedade a quem representam.

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  2. Estes fatos me causam perplexidade diante do tempo que já passou entre a primeira experiência em São Francisco do Sul, com a contratação do guarda-vidas civil, e a data de hoje. No verão 2000/2001, antes do Prefeito Odilon assumir, o mesmo me passou a responsabilidade de ainda em dezembro colocar em funcionamento o serviço de guarda-vidas civis com a missão de zerar o número de afogamentos com morte, que no verão anterior havia sido de quatro vítimas fatais.
    Empreendemos todo esforço possível e conseguimos o objetivo e fomos reconhecidos pelo ótimo trabalho pelo Comando Militar da região sediada em Blumenau, culminando ao final da temporada com um evento no auditório da Administraçao do Porto, com a entrega de medalhas aos melhores guarda-vidas. O descaso do governo estadual e do municipal com a vida do ser humano deveria ser motivo de ação civil pública para apuração de responsabilidades. Só quem viu o olhar de agradecimento no salvamento de uma pessoa da família é que sabe o valor do trabalho dos salva-vidas. Preservar vidas deve ser prioridade de todo e qualquer governo.

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