quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Câmara abre comissão processante contra Zera

Por 6 votos a 1, os vereadores instauraram a comissão na sessão de terça (25) após receberem denúncia do vereador Vilson Reichert (PPS) de que o Prefeito não estaria respondendo a inúmeros pedidos de informação feitos pelo vereador. A mesma denúncia havia sido apresentada por Reichert no mês passado, mas rejeitada por 5 a 3.

Para o popular-socialista, Zera cometeu “infração político-administrativa” ao não responder, segundo Reichert, a pedidos de informação feitos já em fevereiro deste ano. Os pedidos são relacionados, por exemplo, à empresa contratada para o serviço de abertura da foz do Rio Acarai e a viagens internacionais feitas pelo Prefeito e seus secretários. Segundo a Lei Orgânica Municipal (LOA), o prazo para o Executivo responder aos questionamentos dos parlamentares é de 20 dias.


A Prefeitura aguarda o start da comissão para apresentar defesa. Por meio da assessoria de imprensa, a procuradoria geral do Município afirmou na manhã desta quarta-feira (26) que “todos os pedidos de informação foram respondidos dentro dos prazos determinados pela Câmara de Vereadores”.


Votaram a favor da criação da comissão processante – a segunda contra Zera; a primeira, envolvendo a iluminação pública, está paralisada por decisão da Justiça – os vereadores Jorge Macedo, Jackson Portella (PMDB), Paulo Leal (PPS), Ismael dos Santos, João do Gás (PSD) e Clóvis Matias (PSDB). Rui Sergio dos Santos (PSD) votou contra. Já Reichert, autor da denúncia, não pode votar. Salvador Luiz Gomes, o Dodô (PSB), não participou da sessão.


A composição da comissão ficou da seguinte forma: Jorge Macedo (presidente), Paulo Leal (relator) e Ismael dos Santos (membro). O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 90 dias. O parecer da comissão poderá ser pelo arquivamento da denúncia, ou, em último caso, pelo pedido de cassação do mandato de Zera.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

De surpresa

O ex-secretário de Governo Marco Guedes divulgou comunicado à imprensa local nesta terça-feira (25) para agradecer a servidores públicos, líderes comunitários e políticos com quem conviveu na condição de integrante do primeiro escalão de Zera. 

“Quanto a motivação de minha saída”, escreveu Guedes, “embora não estivesse em meus planos, tais mudanças são comuns no cenário político”.

O ex-secretário deixou a pasta logo após a rejeição das contas de Zera pela Câmara de Vereadores. O "fracasso" na tentativa de convencer os vereadores a votarem a favor das contas do Executivo (referentes a 2009) teria sido determinante para que Guedes fosse exonerado.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Luminárias da Praça Getúlio Vargas: substituição autorizada

Comerciantes do Centro Histórico questionaram na semana passada a substituição de luminárias que a Prefeitura fez na Praça Getúlio Vargas. O próprio escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em São Francisco do Sul chegou a ser indagado, reconheceu na quarta-feira (19) o chefe da repartição, Fabiano Teixeira dos Santos.

A dúvida de alguns francisquenses foi motivada por uma suposta "incoerência" entre as exigências feitas pelo Iphan para a reforma de residências ou a instalação propagandas em estabelecimentos comerciais, e o aval dado ao Município para trocar as tradicionais luminárias da Praça por outras com design mais moderno e pintadas de azul. 


Mas segundo o chefe do escritório técnico do Iphan, não houve dano ao patrimônio cultural. "Não é tudo que é antigo que é patrimônio histórico", justifica Santos. Ainda segundo ele, a Prefeitura submeteu a intenção de substituir as luminárias antecipadamente ao órgão que duas décadas atrás tombou parte do patrimônio histórico da cidade.


O chefe do escritório do Iphan na cidade explica ainda que houve algumas mudanças de visão nos últimos anos quanto à discussão da preservação seja de edificações ou mobiliário urbano: da radical imitação do antigo, passou-se à preservação do conceito original, mas com traços de modernidade.

sábado, 22 de outubro de 2011

Casa Familiar do Mar retoma atividades

Com os trabalhos comprometidos desde que o Estado encerrou o convênio destinado a bancar os professores que lecionavam para os alunos da instituição, a Casa Familiar do Mar Luiz Carlos Perin voltou a funcionar parcialmente na última segunda-feira (17). Para Luiz Ricardo Nascimento, novo diretor da Casa, o momento é de tentar recuperar a imagem da entidade, abalada com a notícia do fechamento. 

Em setembro, a gerência de Educação da Secretaria de Desenvolvimento Regional – Joinville informou que a baixa demanda de alunos atendidos pelos professores do Estado foi um dos motivos para o fim do convênio. Sucessivos relatórios feitos pela gerência apontaram falhas na parte pedagógica da instituição criada há mais de dez anos em São Francisco do Sul. 


Ainda de acordo com o novo diretor da Casa Familiar do Mar, a idéia é tentar convencer o Estado a reavaliar o cancelamento do convênio. Enquanto isso, informa Luiz Ricardo Nascimento, os alunos (filhos de pescadores de municípios da região) estão recebendo formação profissional, além de aulas de algumas disciplinas do currículo convencional (português, matemática...), ministradas por professores voluntários. 


Conforme Nascimento, que durante sete anos trabalhou numa instituição semelhante à francisquense em Laguna, no Sul de Santa Catarina, prosseguem as parcerias com as empresas ArcelorMittal Vega e Petrobras, e com as prefeituras de Araquari, Itapoá e São Francisco do Sul.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vereadores de SFS fazem 190 viagens em apenas 1 ano*

*Matéria publicada no site do jornal Notícias do Dia (repórter Eduardo Schmitz) nesta sexta-feira (21).


Documento do TCE (Tribunal de Contas do Estado) apresenta dados específicos de viagens bancadas pela Câmara de Vereadores de São Francisco do Sul com interesses duvidosos em 2009. A análise dos dados da prestação de contas da Câmara lista uma série de gastos com diárias que precisam ser esclarecidos pelo Poder Legislativo francisquense.


São R$ 156,7 mil utilizados para bancar viagens com destino principalmente a Curitiba e Florianópolis, mas também para Brasília, Rio Grande (RS), Serra (ES), Rio Claro (MG), Foz do Iguaçu (PR) e Porto Seguro (BA). Neste ano, foram gastos 
R$ 385,8 mil com diárias para servidores, vereadores e assessores.

O documento destaca que em um único ano foram feitas 190 viagens e consumiram 500 diárias. R$ 210,7 mil foram utilizados apenas para viagens tendo o destino Curitiba. A Câmara também deve responder nos próximos dias a uma solicitação documental feita pelo MPSC (Ministério Público) sobre os gastos com diárias dos anos de 2009, 2010 e 2011. O inquérito civil público começou após denúncia feita pelo prefeito, Luiz Zera (PP).


A maioria das viagens sob análise tem valor menor que 

R$ 500. O caso de maior destaque é a viagem feita pelo vereador do PSC, Rui Sérgio dos Santos, para Foz do Iguaçu. Os seis dias – cinco com pernoite – custou R$ 3,2 mil. O mesmo vereador também ostenta outros gastos acima de R$ 1 mil. Só para Curitiba, foram duas idas ao custo de R$ 2,4 mil, três por R$ 1,8 mil e uma por $ 3 mil, sempre num período superior a três dias.


Cinco dias em Porto Seguro


A viagem para Porto Seguro foi feita pelo então presidente da Câmara, Vilson Reichert (PPS), em junho de 2009. Foram cinco dias – quatro com pernoite – que custaram R$ 2,6 mil em diárias.


Dos nove vereadores da cidade, apenas Paulo Leal (PPS) não aparece na lista. Aparecem os nomes de 34 pessoas no documento, entre servidores, assessores e vereadores.


O atual presidente da Câmara, João Miranda (PSD), disse que está fazendo o possível para enviar os documentos solicitados pelo TCE. Mas já informou que vai precisar de mais tempo. Miranda reforça que tudo será respondido e que todas as viagens respeitam a legalidade. “Está tudo dentro da lei e não temos dificuldade alguma em responder. Ilegal não é, mas pode ser imoral”, afirma.



MP aguarda documentos


O promotor público de São Francisco do Sul, Cristian Richard Stahelin Oliveira, explica que para um inquérito civil público se torne uma ação civil, não é só a legalidade dos atos que é avaliada. “Os atos da adminstração pública devem obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiêcia, conforme prevê a Constituição”, disse. O documento do TCE também faz citação ao mesmo argumento do promotor.


Segundo o promotor, já existem relatos de que a documentação a ser enviada pela Câmara deva ser de pilhas de papel. “Já estamos estudando como processar toda essa informação. Devemos pedir auxílio a um técnico especializado para emitir inclusive um laudo” afirma. Mesmo que esses comentários sejam só para causar tensão no processo, o promotor rebate: “Não vou desistir de apurar esses dados, por isso estamos nos antecipando.”


O TCE tem a função de julgar as prestações de contas enviadas pelas Câmaras de Vereadores como regulares ou irregulares. A partir dos dados sobre diárias com “finalidades imprecisas” o diretor de controle dos municípios, Geraldo José Gomes, solicitou aos ex-presidente do Legislativo a apresentação de uma alegação de defesa. Segundo Gomes, caso as contas sejam realmente consideradas irregulares, o TCE pode determinar multa, devolução dos valores e até inelegibilidade do presidente da Câmara do período. Gomes espera que a análise técnica dos documentos esteja finalizada até o início de 2012.



População cobra gastos em favor do município


A população de São Francisco se mostra atenta ao assunto e pronta para vigiar os gastos dos vereadores. Para o vigilante Antônio João Alcantara, o dinheiro público até pode ser gasto desde que seja em prol do município. Mas não tem percebido retorno para a população de todos esses gastos. Monique Cristina Pereira, auxiliar de cozinha, também diz não ver retorno para a cidade.


A comerciante Regiane Helena afirma que os vereadores gastam demais e se preocupam muito com intrigas políticas. “Os vereadores só pensam em brigar com o prefeito”, desabafa. O aposentado Amauri de Carvalho também vê como resultado dessas intrigas um prejuízo para a população. “Brigar não leva a nada. É sempre a população que entra pelo cano.”

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Saiu

Marcos Guedes deixou a secretaria de Governo de Zera. A "gota d'água" para a saída teria sido o descontentamento do Prefeito com o fato de Guedes não ter conseguido convencer os vereadores a aprovarem as contas do Executivo na terça passada.

Segundo informa o site da Prefeitura, o cargo permanece vago.

Marcos Guedes havia entrado no lugar de Carlos Scheffel, que, apesar de ter sido um dos principais articuladores da campanha vitoriosa de Zera em 2008, acabou trocando o PP pelo PSC.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Moção de apoio do PMDB

MOÇÃO DE APOIO AO DIREITO À LIVRE EXPRESSÃO

Lamentável o que aconteceu na última sexta-feira com a imprensa francisquense, pois atenta contra um dos pilares da democracia consignado na Constituição Federal: o direito à livre expressão.

Amordaçar a imprensa, pressionar a imprensa, censurar a imprensa, era algo da negação do estado de direito, em 1964, quando este país era dominado e subjugado por uma ditadura que esmagou iniciativas, que assassinou pensamentos contrários e afogou gerações de jovens e adultos que lutavam por um país democrático.


O PMDB não poderia ficar calado diante de mais uma demonstração de truculência do governo local, que não satisfeito em usar o tempo de uma hora na rádio São Francisco, usado muitas e muitas vezes para agredir verbalmente autoridades e ex-autoridades e, tentar impor somente a sua verdade, com dinheiro público do cidadão francisquense, fruto de impostos, exigir que sua voz fosse colocada no ar, em um programa independente, desconsiderando a pauta do Programa na Boca do Povo, embasado provavelmente no fato de ser o maior contribuinte deste veículo de comunicação.


Parece que nossa cidade foi contaminada pelo pensamento autoritário de Hugo Cháves - Presidente da Venezuela - que mandou fechar canais de televisão e a imprensa em geral, e prender quem se colocasse contrário aos pensamentos ideológicos chavistas.


Como escreveu em seu blog o radialista do Programa na Boca do Povo: o Prefeito precisa entender que a relação comercial que mantém os setores públicos e privados não dá ao último o direito de interferir no conteúdo editorial da empresa de comunicação. O que deve estar à venda é o espaço publicitário; o tempo para a realização de um programa; não a "consciência" do veículo de comunicação.


O sentido de democracia, de livre expressão, tem sido cerceado desde janeiro de 2009. Servidores públicos, pessoas que mantém alguma relação com o Poder Executivo, expressam suas opiniões escondidas sob o manto do anonimato, coisa que só acontecia no período da ditadura militar de 1964.


Este retrocesso, sob a indignação da população francisquense, dá abertura para a implantação em São Francisco do Sul da "Cidade do Pensamento Único", onde seus moradores só têm o direito ou a obrigação de ouvir e não de "se expressar livremente" sem sofrer alguma retaliação, seja um processo criminal, perseguição funcional ou intimidação.


Neste diapasão, o PMDB local, coloca-se frontalmente contrário a atitude do Chefe do Executivo Municipal, que interferiu de maneira impositiva na pauta de um programa de rádio, usando subterfúgios dos mais baixos, para impor a sua voz aos ouvintes do programa na Boca do Povo, desdenhando a importância para a população de ouvir uma entrevista agendada com o Comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários, entidade do mais alto respeito e serviços prestados aos francisquense, para vir a público justificar a reprovação das contas de 2009 pela Câmara de Vereadores, conforme visão unilateral do Executivo, não fazendo a leitura do relatório dos técnicos do Tribunal de Contas do Estado que após análise criteriosa, reprovaram as contas do Poder Executivo Francisquense.


Deveria o Executivo Municipal, esclarecer a população, que a decisão dos Conselheiros é política e não técnica e que os Conselheiros não analisam as contas, simplesmente as submetem a aprovação da Plenária.


Portanto, o PMDB está irmanado com o radialista na luta pelo direito básico do cidadão, conquistado a custo de muito sangue e tortura, o direito à livre expressão.


Parabéns Sared Buéri, pela sua luta, compromisso com a verdade, com a isenção, com a livre expressão e principalmente pela coragem de enfrentar o poder estabelecido que, pensa que tudo pode.


Você certamente deve servir de exemplo aos pseudo-jornalistas locais que usam a imprensa para divulgar noticias do governo quando estão no poder e criticar quando estão fora dele.  E também aos teus companheiros de sala de aula e juventude deste município que devem conhecer a história de autoritarismo vivida neste País, para que isso nunca mais se repita ou não se imponha neste município.


Abraço peemedebista.


Jorge Luiz Macedo
Presidente do PMDB

domingo, 16 de outubro de 2011

Por que protestei

Para que haja mais liberdade de imprensa. Arrisco dizer que nunca houve em São Francisco do Sul. Plenamente, parece-me nunca ter havido – aqui ou em qualquer parte do País. Quem sabe do mundo. Mas, por aqui, o que já não era bom, piorou nos últimos anos.

Quando falo em liberdade de imprensa refiro-me ao direito dos profissionais (jornalistas) e veículos de comunicação de produzirem seu conteúdo (notícias, reportagens, editoriais, entrevistas etc.) sem a interferência de terceiros: seja do setor público ou privado. Importante lembrar que, no caso de se sentirem afetados pelo trabalho de um comunicador (principalmente radialistas e jornalistas), a “vítima” tem o direito de recorrer à Justiça para que o dano causado a ela seja reparado. Sei bem o que é isso. Respondo a quatro ações judiciais porque quatro autoridades locais se sentiram prejudicados por comentários feitos por leitores neste espaço. E os autores das ações (prefeito Luiz Zera; secretária de Saúde Nadirinez Bolognini; presidente do Samae Fernando Ledoux; e secretária de Educação Mara Jasper) estão no seu direito. Mas isso não me tira o também direito de pensar que o ingresso das sucessivas ações (principalmente no momento de mais audiência e participação do Blog) foi motivado pelo desejo de intimidar o blogueiro.

Como acontece com os juízes, no jornalismo também precisamos nos esforçar para que nossas convicções pessoais não contaminem o trabalho que desenvolvemos. Sejam elas convicções religiosas, filosóficas, sexuais, ou políticas. Não acho que imparcialidade seja um bom conceito para sintetizar o que devemos buscar. Prefiro isenção; o equilíbrio; a independência. Todos eternos vir a ser. O juízo de valor ocorre, no jornalismo, na escolha de cada pauta; de cada palavra; na emissão de cada opinião; na opção de cada abordagem.

Independência também é algo fundamental. Publicar o negativo e o positivo sobre alguém ou instituição. Há um compromisso primário no jornalismo: a verdade - a ser levada ao leitor, ao ouvinte ou ao telespectador. Independência é também o que precisam ter os veículos de comunicação. Precisam entender que a relação comercial que mantém com o setores público e privado não dá aos últimos o direto de interferirem no conteúdo editorial da empresa de comunicação. O que deve estar a venda é o espaço publicitário; o tempo para a realização de um programa – não a “consciência” do veículo.

Novamente. Fiquei sentado em frente à Prefeitura das 11 às 18 horas.(FOTO: MARIANGELA MATTAR/ARQUIVO PESSOAL)

Na última sexta-feira, dia 14, preparava-me para entrevistar, na Rádio São Francisco, o comandante do corpo de bombeiros militar em São Francisco do Sul, Alexandre Lopes de Souza. Passava um pouco das 10 horas. Estava no intervalo comercial e o telefone tocou. Como trabalho sozinho no estúdio, não só apresento o programa como também opero a mesa de som, atendo a telefonemas, converso com os ouvintes pela internet, leio e-mails, mensagem de celular e faço tudo o mais que precisar durante um programa diário matinal com uma hora e meia de duração.
 

Eis que toca o telefone: do outro lado, a chefe de gabinete do prefeito Luiz Zera, Elisandra Aurora da Cunha, que só vim a reconhecer instantes depois de ela dizer em nome de quem falava. Às vezes o stress no estúdio é tão grande que é capaz de a mãe ligar e o radialista achar que está falando com a vizinha. Também não percebi desde o início com quem estava falando porque, desde o início do atual governo, nunca tive um pedido de entrevista aceito pelo Prefeito. Insisti até me pedirem, ainda em 2009, que as perguntas fossem enviadas ao entrevistado com antecedência (comumente o pedido é interpretado, pelos jornalistas, como falta de respeito; e de honestidade para com os “consumidores” da informação). Mas para quem vai dar ou não entrevista, só a fonte pode decidir. E deixei estar.


Voltando à sexta, quando a chefe de gabinete (Elisandra) perguntou se o Prefeito poderia entrar no ar naquele momento, perguntei “Prefeito de onde?”. E ela me respondeu que era o de São Francisco do Sul, Luiz Zera. Externei minha surpresa e expliquei que dentro de três minutos daria início a uma entrevista pré-agendada no dia anterior. Disse que, embora não recusássemos fonte alguma, naquele momento não seria possível falar com Luiz Zera. Disse ainda que a assessoria de comunicação da Prefeitura, com quem mantenho razoável relação, entenderia minha justificativa, já que dos três integrantes da assessoria, dois são até jornalistas profissionais formados. (E toda essa conversa se desenrolando nos dois minutos restantes para o fim do intervalo comercial e o início da entrevista com o comandante.)


Da Elisandra, o telefone passou para o assessor de comunicação da Prefeitura, Alexandre Braga. Repeti basicamente o que havia dito a Elisandra. Ele foi compreensivo, disse que o governo queria manter um relacionamento mais próximo com a imprensa, e que até tinha planejado nos vender a pauta da entrevista com antecedência. Mas confessou ter “esquecido” de ter ligado logo cedo, na sexta. E a conversa terminou reticente no sentido de que naquele mesmo dia à tarde, ou na segunda-feira, agendaríamos a entrevista com Luiz Zera.


Nem o assunto eu sabia qual era. Mas pela importância da fonte (prefeito da cidade), não importa muito o assunto. E assim como é importante que persigamos uma programação de qualidade, também perseguimos audiência. E fontes como prefeitos, governadores, artistas e outros, costumam dar audiência. Há um autor que escreve sobre jornalismo que afirma ser necessário ao jornalista “se rastejar” para conseguir uma boa fonte. E, principalmente depois de estar há cinco anos na faculdade de jornalismo, tenho adotado tal procedimento quando acredito que o que a fonte tem a falar é relevante e/ou pode render audiência.


Talvez pouco acostumados em receber uma negativa, alguém da Prefeitura fez uma segunda ligação para a rádio. O que disseram exatamente, não sei. Mas certamente foi na linha de que eu teria colocado empecilhos para a participação do Prefeito no programa de sexta. (Estranhei o fato de fazerem tanta questão que Zera falasse no programa que apresento, e naquele momento, sendo que o Executivo mantém um programa diário de uma hora num horário nobre da programação – das 11 às 12 horas).


Então a direção da emissora foi acionada para intervir. Também não sei se pela própria Prefeitura ou se por algum (pressionado) colega de trabalho que possa ter confundido sua função de funcionário de veículo de comunicação com o de - também - assessor de comunicação do Prefeito. Mas cerca de dez minutos depois daquela voz efemeramente desconhecida (da chefe de gabinete) falar comigo e ouvir que seu chefe não teria espaço naquela edição, recebi pela internet uma ordem da direção da emissora, transmitida por um colega: que eu encerrasse o programa às 10h45 porque um outro locutor entrevistaria o Prefeito.


Desabei.


Ora, se eu aleguei que não teria tempo para falar com o Prefeito porque tinha entrevista e uma série de outras informações para levar ao ar (sexta-feira é o dia de dar tudo o que foi acumulando durante a semana, até porque a notícia perde o prazo de validade), como poderia terminar o programa quinze minutos antes só porque o Prefeito colocou na cabeça que teria que falar na rádio naquele momento? E ainda por cima quinze minutos antes de começar o “seu” programa diário?


Ao ler a “ordem”, tremi na cadeira e engoli seco. Não consegui mais prestar atenção no que o entrevistado dizia. Perdi-me no roteiro da entrevista e só pensava em sair do estúdio. E assim o fiz. Após despedir-me do entrevistado, cortei a trilha característica do programa, justifiquei o encerramento antecipado (antes das 10h30) e fui para casa. De lá, decidi repetir o que havia feito no dia 25 de fevereiro, quando um integrante do primeiro escalão de Zera ligou para a emissora afirmando que estava sendo alvo de críticas de um entrevistado meu (o vereador Jackson Portella). A gravação da entrevista segue arquivada. Jamais foi ouvida pela direção da emissora, que, ao ouvi-la, poderia ter reavaliado o “pito” dado a mim. O vereador não tinha atacado quem ligara para o dono da rádio reclamando de ter sido "vítima da oposição".


A gravação de fevereiro segue arquivada no computador. O episódio de sexta, ainda está gravado (agora são 3h04 de domingo, dia 16) na minha cabeça. Se você “leu-me” até aqui, só grave alguma coisa depois de ouvir outras versões. As histórias são feitas de várias delas. Esta é a minha. E ela está escrita com base no compromisso da verdade que preciso levar a quem me ouve ou me lê. E, para isso, preciso continuar perseguindo a independência. E também me opondo à tirania de quem pensa que pode "comprar" o rádio ou a TV só porque anuncia lá.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Morre padre Fidélis

Ao chegar na casa em que o vigário morava, na Prainha, Balneário de Enseada, integrantes da Paróquia Nossa Senhora da Graça chamaram o religioso, que não atendeu. Ao iluminar a casa com a luz do carro, o grupo percebeu que Fidélis estava caído no chão.

Ele morreu de infarto, segundo informações da Paróquia. O velório está ocorrendo na Igreja Matriz, no Centro Histórico. No mesmo local, ao meio-dia, será celebrada uma missa de corpo presente. O sepultamento será amanhã, terça, em Ascurra, município do Médio Vale do Itajaí.

Padre Fidélis tinha 62 anos e durante as temporadas e verão costumava celebrar missas no Distrito do Saí.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"Fico"

O vereador Jackson Portella (PMDB) negou, nesta manhã, que migrará para o PSD.

João do Gás (também PMDB), informou de manhã, decidirá agora à tarde se muda de partido.



O blogueiro tentou contato com Ismael dos Santos (PSC) por telefone, mas chamou até cair na caixa postal. Em conversa com o vereador Vilson Reichert (PPS), ele confirmou que Rui Sergio dos Santos (PSC) já assinou ficha do PSD, enquanto Ismael estaria em vias de formalizar a troca de partido.  

terça-feira, 4 de outubro de 2011

4 vereadores estariam indo para o PSD


João do Gás e Jackson Portella, do PMDB, e Rui Sergio dos Santos e Ismael dos Santos, do PSC, estariam trocando seus partidos pelo PSD.  Uma fonte na Câmara de Vereadores informou na tarde desta terça-feira (4) que a migração do presidente do Legislativo, João do Gás, e dos irmãos Santos já estaria mais encaminhada. De acordo com as regras eleitorais, quem for concorrer a cargo eletivo, precisa precisa estar filiado a uma sigla até um ano antes das eleições, ou seja, a próxima sexta-feira (7). Como o PSD é um partido novo, tem sido a opção de quem já tem mandato, já que não corre o risco de ter o cargo reivindicado pela ex-legenda.

sábado, 1 de outubro de 2011

Ex de Obras agora é da Defesa Civil

José Eduardo Henning Neto, o antecessor de Rogerinho na secretaria de Obras, substituiu Jair Patruni na coordenação da Defesa Civil. Patruni teria pedido exoneração. Embora o site oficial da Prefeitura ainda indique-o como o responsável pelo órgão, a assessoria de imprensa confirmou a troca na semana passada.

Mais uma demora na BR-280*

A retomada do processo de duplicação dos 74,5 km da BR-280, entre Jaraguá do Sul e São Francisco do Sul, pode demorar para ter novos avanços. O governador Raimundo Colombo encontrou-se ontem, em Brasília, com o novo diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Jorge Ernesto Pinto Fraxe. Na conversa, a única promessa foi de que Fraxe vai procurar inteirar-se do andamento do processo, já que recém assumiu o cargo. Situação parecida vive o processo de duplicação da BR-470 entre Navegantes e Indaial. Neste caso, nem o edital foi elaborado.

*Fonte: jornal A Notícia da última quarta (28)