domingo, 16 de outubro de 2011

Por que protestei

Para que haja mais liberdade de imprensa. Arrisco dizer que nunca houve em São Francisco do Sul. Plenamente, parece-me nunca ter havido – aqui ou em qualquer parte do País. Quem sabe do mundo. Mas, por aqui, o que já não era bom, piorou nos últimos anos.

Quando falo em liberdade de imprensa refiro-me ao direito dos profissionais (jornalistas) e veículos de comunicação de produzirem seu conteúdo (notícias, reportagens, editoriais, entrevistas etc.) sem a interferência de terceiros: seja do setor público ou privado. Importante lembrar que, no caso de se sentirem afetados pelo trabalho de um comunicador (principalmente radialistas e jornalistas), a “vítima” tem o direito de recorrer à Justiça para que o dano causado a ela seja reparado. Sei bem o que é isso. Respondo a quatro ações judiciais porque quatro autoridades locais se sentiram prejudicados por comentários feitos por leitores neste espaço. E os autores das ações (prefeito Luiz Zera; secretária de Saúde Nadirinez Bolognini; presidente do Samae Fernando Ledoux; e secretária de Educação Mara Jasper) estão no seu direito. Mas isso não me tira o também direito de pensar que o ingresso das sucessivas ações (principalmente no momento de mais audiência e participação do Blog) foi motivado pelo desejo de intimidar o blogueiro.

Como acontece com os juízes, no jornalismo também precisamos nos esforçar para que nossas convicções pessoais não contaminem o trabalho que desenvolvemos. Sejam elas convicções religiosas, filosóficas, sexuais, ou políticas. Não acho que imparcialidade seja um bom conceito para sintetizar o que devemos buscar. Prefiro isenção; o equilíbrio; a independência. Todos eternos vir a ser. O juízo de valor ocorre, no jornalismo, na escolha de cada pauta; de cada palavra; na emissão de cada opinião; na opção de cada abordagem.

Independência também é algo fundamental. Publicar o negativo e o positivo sobre alguém ou instituição. Há um compromisso primário no jornalismo: a verdade - a ser levada ao leitor, ao ouvinte ou ao telespectador. Independência é também o que precisam ter os veículos de comunicação. Precisam entender que a relação comercial que mantém com o setores público e privado não dá aos últimos o direto de interferirem no conteúdo editorial da empresa de comunicação. O que deve estar a venda é o espaço publicitário; o tempo para a realização de um programa – não a “consciência” do veículo.

Novamente. Fiquei sentado em frente à Prefeitura das 11 às 18 horas.(FOTO: MARIANGELA MATTAR/ARQUIVO PESSOAL)

Na última sexta-feira, dia 14, preparava-me para entrevistar, na Rádio São Francisco, o comandante do corpo de bombeiros militar em São Francisco do Sul, Alexandre Lopes de Souza. Passava um pouco das 10 horas. Estava no intervalo comercial e o telefone tocou. Como trabalho sozinho no estúdio, não só apresento o programa como também opero a mesa de som, atendo a telefonemas, converso com os ouvintes pela internet, leio e-mails, mensagem de celular e faço tudo o mais que precisar durante um programa diário matinal com uma hora e meia de duração.
 

Eis que toca o telefone: do outro lado, a chefe de gabinete do prefeito Luiz Zera, Elisandra Aurora da Cunha, que só vim a reconhecer instantes depois de ela dizer em nome de quem falava. Às vezes o stress no estúdio é tão grande que é capaz de a mãe ligar e o radialista achar que está falando com a vizinha. Também não percebi desde o início com quem estava falando porque, desde o início do atual governo, nunca tive um pedido de entrevista aceito pelo Prefeito. Insisti até me pedirem, ainda em 2009, que as perguntas fossem enviadas ao entrevistado com antecedência (comumente o pedido é interpretado, pelos jornalistas, como falta de respeito; e de honestidade para com os “consumidores” da informação). Mas para quem vai dar ou não entrevista, só a fonte pode decidir. E deixei estar.


Voltando à sexta, quando a chefe de gabinete (Elisandra) perguntou se o Prefeito poderia entrar no ar naquele momento, perguntei “Prefeito de onde?”. E ela me respondeu que era o de São Francisco do Sul, Luiz Zera. Externei minha surpresa e expliquei que dentro de três minutos daria início a uma entrevista pré-agendada no dia anterior. Disse que, embora não recusássemos fonte alguma, naquele momento não seria possível falar com Luiz Zera. Disse ainda que a assessoria de comunicação da Prefeitura, com quem mantenho razoável relação, entenderia minha justificativa, já que dos três integrantes da assessoria, dois são até jornalistas profissionais formados. (E toda essa conversa se desenrolando nos dois minutos restantes para o fim do intervalo comercial e o início da entrevista com o comandante.)


Da Elisandra, o telefone passou para o assessor de comunicação da Prefeitura, Alexandre Braga. Repeti basicamente o que havia dito a Elisandra. Ele foi compreensivo, disse que o governo queria manter um relacionamento mais próximo com a imprensa, e que até tinha planejado nos vender a pauta da entrevista com antecedência. Mas confessou ter “esquecido” de ter ligado logo cedo, na sexta. E a conversa terminou reticente no sentido de que naquele mesmo dia à tarde, ou na segunda-feira, agendaríamos a entrevista com Luiz Zera.


Nem o assunto eu sabia qual era. Mas pela importância da fonte (prefeito da cidade), não importa muito o assunto. E assim como é importante que persigamos uma programação de qualidade, também perseguimos audiência. E fontes como prefeitos, governadores, artistas e outros, costumam dar audiência. Há um autor que escreve sobre jornalismo que afirma ser necessário ao jornalista “se rastejar” para conseguir uma boa fonte. E, principalmente depois de estar há cinco anos na faculdade de jornalismo, tenho adotado tal procedimento quando acredito que o que a fonte tem a falar é relevante e/ou pode render audiência.


Talvez pouco acostumados em receber uma negativa, alguém da Prefeitura fez uma segunda ligação para a rádio. O que disseram exatamente, não sei. Mas certamente foi na linha de que eu teria colocado empecilhos para a participação do Prefeito no programa de sexta. (Estranhei o fato de fazerem tanta questão que Zera falasse no programa que apresento, e naquele momento, sendo que o Executivo mantém um programa diário de uma hora num horário nobre da programação – das 11 às 12 horas).


Então a direção da emissora foi acionada para intervir. Também não sei se pela própria Prefeitura ou se por algum (pressionado) colega de trabalho que possa ter confundido sua função de funcionário de veículo de comunicação com o de - também - assessor de comunicação do Prefeito. Mas cerca de dez minutos depois daquela voz efemeramente desconhecida (da chefe de gabinete) falar comigo e ouvir que seu chefe não teria espaço naquela edição, recebi pela internet uma ordem da direção da emissora, transmitida por um colega: que eu encerrasse o programa às 10h45 porque um outro locutor entrevistaria o Prefeito.


Desabei.


Ora, se eu aleguei que não teria tempo para falar com o Prefeito porque tinha entrevista e uma série de outras informações para levar ao ar (sexta-feira é o dia de dar tudo o que foi acumulando durante a semana, até porque a notícia perde o prazo de validade), como poderia terminar o programa quinze minutos antes só porque o Prefeito colocou na cabeça que teria que falar na rádio naquele momento? E ainda por cima quinze minutos antes de começar o “seu” programa diário?


Ao ler a “ordem”, tremi na cadeira e engoli seco. Não consegui mais prestar atenção no que o entrevistado dizia. Perdi-me no roteiro da entrevista e só pensava em sair do estúdio. E assim o fiz. Após despedir-me do entrevistado, cortei a trilha característica do programa, justifiquei o encerramento antecipado (antes das 10h30) e fui para casa. De lá, decidi repetir o que havia feito no dia 25 de fevereiro, quando um integrante do primeiro escalão de Zera ligou para a emissora afirmando que estava sendo alvo de críticas de um entrevistado meu (o vereador Jackson Portella). A gravação da entrevista segue arquivada. Jamais foi ouvida pela direção da emissora, que, ao ouvi-la, poderia ter reavaliado o “pito” dado a mim. O vereador não tinha atacado quem ligara para o dono da rádio reclamando de ter sido "vítima da oposição".


A gravação de fevereiro segue arquivada no computador. O episódio de sexta, ainda está gravado (agora são 3h04 de domingo, dia 16) na minha cabeça. Se você “leu-me” até aqui, só grave alguma coisa depois de ouvir outras versões. As histórias são feitas de várias delas. Esta é a minha. E ela está escrita com base no compromisso da verdade que preciso levar a quem me ouve ou me lê. E, para isso, preciso continuar perseguindo a independência. E também me opondo à tirania de quem pensa que pode "comprar" o rádio ou a TV só porque anuncia lá.

18 comentários:

  1. Desconfio, Sared, que não é liberdade de imprensa que falta. O que falta é regulação da atividade da imprensa. Falta limite. Principalmente para os donos de meios de comunicação e de veículos de imprensa. Porque o direito fundamental da nossa Constituição não é e nunca foi a liberdade de imprensa, mas sim a liberdade de expressão. Duas coisas completamente diferentes. Ainda mais nos dias atuais.

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  2. Oi Sared, quando soube do ocorrido na sexta-feira imaginei que postaria um esclarecimento no blog e não me surpreendi com suas palavras. Mas como uma também estudante de jornalismo não sou a favor da censura. Esse interesse em censurar acontece porque o jornalista publica o que alguns querem esconder, mas que o cidadão tem o direito de saber. O dever do jornalista é o de informar. Só que algumas pessoas são acostumas a comprar jornalistas, comprar informações e quando se deparam com "pessoas" que não estão à venda se sentem diminuidas e a falta de poder pode levar a loucura!!!!!

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  3. E o dono da rádio?, porque deixou tal fato acontecer? é assim tão irracional e capitalista que não consegue recuar e garantir a continuidade do programa?

    Eneias

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  4. colocamos ele lá e temos o poder de tirar hahaha, é assim que vamos fazer.
    Isso se a justiça não tirar antes.

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  5. Sared, nao moro mais em são xico mas ainda voto ai, sei dos desmandos dessa adm, e tb sei que sou minoria em nossa pacata cidade, isso nao acontece somente em sao xico onde o prefeito e muitos outros acham que são xerifes, é uma pena mas é assim que a banda toca!!!

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  6. que coisa feia , o prefeito ja axa que manda na cidade , e agora quer mandar na radio tambem , me poupe , prefeito vai fazer o seu trabalho ao inves de ficar de picuinha, porque é até estranho mesmo , que ninguem , fala mal dessa administração,parece coisa de ditadura, por isso povo , vote conciente para que não passamos pelo mesma forma de governar , sao chico merece independencia , coisas que nos dias de hoje não está acontecendo.vamos fazer essa cidade voltar a sorrir. porque desde que esse prefeito entrou , essa cidade mudou . ficou triste sem sol, sem nada .e ai sared estou com voce.temos que ter sim liberdade de expressão.

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  7. Sared, voce já foi para Joinville e fez o papel de bobo. Varias vezes ouvi voce fazendo comentariozinhos ridiculos como "segundo" locutor. Seu pai sabe o que faz, se voce não quer ser empregado, seja proprietario de uma radio. Como dono voce iria pensar diferente ou não ficarias o ar um mês. Quem compraria serviços de um radialista partidario? Somente membros do PT. Voce da ouvidos a esses idiótas que não pagarão seu salário.

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  8. gostaria de saber, o que passa na cabeça desse governo prepotente. e a chefe de gabinete ja parou para pensar que so ocupa um cargo , e que a prefeitura é um orgão publico.eles que vão tomando senso, que os dias estão sendo contados , para ver a derrota deles.e ai o que vai acontecer com esse povo, eles ja pararam para pensar. então sared faça seu trabalho, que voce sabe que vai continuar , sendo aqui ou em outro lugar. e o deles?

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  9. Pedro carvoeiro disse. Sared é realmente lamentável esta situação que voçê passosu, mas fique tranquilo que tudo passa , dias ruins , dias bons , dia com chuva ou sol, e com certeza e CERTEZA absoluta este prefeito passará sem deixar sáudade nenhuma .A unica marca desta administração será como a PIOR ADMINISTRAÇÃO QUE ESTA CIDADE JÁ TEVE. A mais arrogante, prepotente e infeliz que já existiu. Quanto a atitude do prefeito é muito fácil entender que ele agora precisa novamente ficar próximo do povo ,seja na rua ou através dos meios de comunicação, pois eleições já estão batendo na porta novamente. Não será novidade nehuma ele a qualquer dia aparecer para trabalhar em cima de uma carroça e começar a abanar para todos os "famigerados" eleitores.O O pior de tudo, é que tem gente que ainda acredita. Esta terrinha esta muito doida politicamente falando , pois até o Dr. já mudou de lado.Vamos esPerar E VÊR. Uma abraço.

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  10. Bom. Vê-se que há uma mistura de situações. De um lado o nosso prefeito que, apesar de jovem, ainda não assimilou a essência da democracia. De outro um empresário de rádio à moda antiga que ainda conduz seu negócio como na época da ditadura. Sempre ganhou dinheiro assim, por que mudar agora? Também não vislumbra novos horizontes. Exemplo: SFS é uma das poucas cidades catarinenses em que a rádio local não se transformou numa rede de rádios ou, no mínimo, não abriu uma rádio FM. Por que será? De outro, um radialista que, para a desgraça de seu pai, optou por uma vida mais rica de valores, de dignidade e de conhecimento em detrimento, talvez, de algumas mazelas que tradicionalmente nutem as elites. Além de não "botar fé" na sua cria, este empresário desconhece a força do rádio. Entende ele que a sua maneira de ganhar dinheiro é a única ou a melhor que existe. Sua cegueira não o deixa perceber a força do rádio nem a força de sua própria rádio. Das duas uma. Ou o cára não bota fé no garoto, ou tem medo que o garoto suba mais alto que ele.

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  11. A rádiio vive de audiencia e este é o mundo qu vivemos, se tu não quer audiencia então nãseja radialista ou jornaleiro. O PT só se qeima com estas atitudes,quiem vai votar no tue paritod se tu vive a querer mostrar o que não é. ou tu não precisa de dinheiro? bom, o pessoal do pt creio que não prcisa por isto protestam, PT em São chico não exeste, VIVA GODOFREDO tomara que ele não se junte com vcs.


    ENEIAS

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  12. Aires Zacarias da Rosa Filhio18 de outubro de 2011 às 11:18

    Prezado Sared,
    Me associo ao teu trabalho na busca de bem informar São Francsico do Sul, longe das paixões partidárias, sem a preocupação de agradar o comando executivo dessa aprazível.
    Continue na luta e não abaixe a cabeça àqueles que querem amordarçar a imprensa livre e democrática.
    E para incentivá-lo no árduo sacredócio de bem informar, faço minha as palavras do nobre:

    Dá tanto trabalho escrever um elogio bom, quanto um elogio mau. Os dois elogios, quando são feitos, saem do coração do jornalista.

    Continue a tua luta com energia, caráter, dignidade, sem a preocupação de bajular os que estão no poder. Porque um jornalista quando está muito próximo do poder, deixa de ser jornalista e torna-se um puxa-saco.

    Estamos contigo e aproveitamos para externar nossas congratulações pelo bom serviço que prestas á comunidade, através das ondas sonoras dessa emissora.

    Atenciosamente,
    Aires Zacarias da Rosa Filhio,
    Jornalista/membro diretor Sindicato dos Radialistas do Norte/Nordeste de SC.
    www.jornaldozaca.zip.net

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  13. Sr.((Almir Wagner,)) até agora sÓ vc falou a realidade da situação :o medo e a insegurança pelo poder faz muita coisa "ate com os seus; o medo do tubarão é que a sardinha o engula...
    Sared, vá em frente , seu caminho é o certo.

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  14. Caros comentaristas, peço desculpas, mas não posso mais publicar comentários anônimos. Faço isso desde que reativei o blog. Não quero correr mais riscos de processos na Justiça. No Brasil ainda não há regulamentação para essas questões de internet. E há uma corrente que defende que o autor do blog, site etc. é o responsável por tudo que publica. Inclusive os comentários. Obrigado pelas manifestações a favor e contra.

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  15. Quem o prefeito Luiz Zera pensa que é? Pensa que é o Cabecinha que soltou o padre na canoa com uma cuia de farinha e dois peixes secos pra morrer a Deus dará!!! Só falta fazer isso com Sared agora,Liberdade de expressão e de imprensa já! Sem radio e sem televisão o povo estaria fazendo fogo com graveto e pedra ainda, Evolui prefeito não se afogue em sua própria ignorância!

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  16. essa musica é antiga, mas inoxidável, é do tempo que se queimava neuronios para escrever muito diferente de hoje em dia, comentários a parte ai vai, leiam e reflitam...

    Aos Fuzilados da CSN.
    Garotos Podres

    Aos que habitam
    Cortiços e favelas
    e mesmo que acordados
    pelas sirenes das fábricas
    não deixam de sonhar
    de ter esperanças
    pois o futuro
    vos pertence
    Pois o futuro vos pertence! (coro)
    Pois o futuro vos pertence! (coro)
    Aos que carregam rosas
    Sem temer machucar as mãos
    pois seu sangue não é azul
    nem verde do Dólar
    mas vermelho
    da fúria amordaçada
    de um grito de liberdade
    preso na garganta
    Pois o futuro vos pertence! (coro)
    Pois o futuro vos pertence! (coro)
    Fuzilados da CSN
    assassinados no campo
    torturados no DOPS
    espancados na greve
    A cada passo desta marcha
    Camponeses e operários
    tombam homens fuzilados
    Mas por mais rosas que os poderosos matem
    nunca conseguirão deter
    a Primavera!
    Pois o futuro vos pertence! (coro)
    Pois o futuro vos pertence! (coro)

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  17. Pois é Sared infelizmente vc é uma vítima da elite escrota francisquense, eu conheço bem eles desde minha tenra infância por aí. Agora quem deve usar e abusar do poder são os filhos e os netos dos dedo-duros, que na antevéspera do golpe militar deduraram e como Judas entregaram vários francisquenses aos ursos de farda. Muitos por diferenças ideológicas, outros por intrigas e alguns até por terem mulheres bonitas. Pra encerrar os versos que um antigo poeta baiano já dizia:

    "Enquanto os homens exercem seus podres poderes.
    Morrer e matar de fome, de raiva e de sede.
    São tantas vezes gestos naturais" Podres poderes (Caetano).

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