Crônica

Este texto estava "perdido" entre os comentários do Blog. O autor, Joel Souza, mora no Estaleiro, no Distrito do Saí, e trabalha em Curitiba (PR). 

Em São Francisco gosto de sentar em um dos bancos do aterro do Centro Histórico (quando está ventando, para aliviar o cheiro de esgoto) e admirar a bela baía Babitonga com o revoar de aves e seus barcos num vai e vem (inclusive os de travessia ilha-continente, jogando fumaça, fuligem e diesel na água, pois são barcos ultrapassados de madeira). 

Ao fundo os imponentes montes verdes do Distrito do Saí (onde árvores são cortadas e serradas ilegalmente para construir casas e... barcos!). Aos pés dos montes está a simpática Vila da Glória, com suas ruas tranquilas (sem pavimentação – quando não chove é pó, e quando sim, é lama!), e defronte à bem conservada capela está estendido sobre as águas por mais de 300 metros o belo e alvo trapiche Pedro Ivo Campos (que está sendo pichado por um político).

Na bela ilha da Alvarenga coqueiros se projetam para o mar com seus cachos já carregado de coquinhos, ainda verdes, onde vejo periquitos e tirivas procurando por algum coquinho maduro. Pena que devido à minha miopia não consiga distinguir os periquitos das tirivas. O pôr-do-sol está próximo e o espetáculo se completa, é indescritível, cai a noite e então... a Vila some! Hoje não tem luar e lá não tem luz (tem uma rede da Celesc, mas como está ameaçando trovoada...). Opa! Já consigo ver a Vila! Em algumas casas já acenderam velas. Essa minha miopia... não estou conseguindo ver os vagalumes na figueira da Pousada da Fábrica (patrimônio histórico que está abandonado) vou para casa. O vento parou...