quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O tempo e o evento (não achei título menos pior)

Como a política impregna a cobertura jornalística... Até que ponto a sociedade se interessa por isso?

Muito, Sared (considerando o feedback dos ouvintes e a quantidade de visualizações de página deste espaço). 



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Variando um pouco, entremos num devaneio pretensamente filosófico. Hoje ouvi no rádio a batida história de o ano iniciar após o Carnaval. Cada vez mais arrogantemente descolados da natureza, nos iludimos com a mensuração do tempo. Horas, dias e anos organizam a vida de nós bichos homens, mas não determinam os prazos para a materialização dos fenômenos experimentados pelos seres vivos. O mesmo ocorre com outros elementos da natureza, como a flora e outras espécies animais – todos mais harmonizados com o ambiente natural. Assim, o “tempo social” acaba servindo muitas vezes apenas de subterfúgio para adiarmos (ou anteciparmos) uma tarefa, seja profissional, familiar ou pessoal. O nascimento, o avanço de uma doença ou a morte não consulta o relógio ou o calendário. 


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Voltei. 


Uma notícia: o cartório eleitoral está de mudança para o São Francisco Shopping. Com as portas fechadas ontem e hoje, amanhã o órgão até então instalado no fórum já atenderá no novo endereço. O shopping precisou reinventar-se. Talvez nem mais preencha os critérios para ser denominado shopping. Lá já há instituições como INSS, bancos (o do Brasil está migrando, como já o fez a Caixa Econômica) e agora o cartório eleitoral. 



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Um morador da Laranjeira jura ter visto emissários da Prefeitura e da Câmara na Morro Alto. Teriam pedido ao pajé para garantir chuva amanhã durante a prometida manifestação contra o aumento do Imposto Para Ter Úlcera (IPTU) – às 17 horas, na Ponte de Pedreira. Se der certo, garantiram os amedrontados políticos, devolverão o Içá Mirim. Já foi tudo articulado com o Binot por intermédio de um médium.


Durante o programa (sou um garoto de programa) de hoje, um poeta ilhéu propôs um bolão para ver quantas autoridades terão coragem de exibir sorrisos no palanque do desfile carnavalesco, domingo, depois do desgaste do aumento do IPTU. Deverão mandar apenas representantes. Aposto R$ 10, Dude Trevisan.


Ainda o imposto: na sessão da Câmara de ontem os governistas esvaziaram a sessão para não votarem um requerimento do vereador Dodô que pedia ao presidente Clóvis a anulação da lei que reajustou o IPTU. Diz o oposicionista que dá. Mas sequer foi votado o requerimento. Havia apenas quatro vereadores em plenário. Era necessário cinco. O Tuta chegou a responder presente, mas evaporou minutos depois. Pode ter tido alguma emergência e essa história de articulação governista ser mais uma teoria da conspiração de um jornalista crítico. Presidente da ordinária, João do Gás chegou a citar que Clóvis – o presidente – estava no prédio da Câmara. Mas não deu as caras em plenário. Conclusão: o requerimento ficou para o dia seis. 


Inquiridos hoje, apenas um dos quatro faltantes justificou a ausência. (Teixerinha já não apareceria mesmo porque está em curso em Curitiba.) Corujito explicou que desconhecia a apresentação do documento por Dodô e que é o que menos falta às sessões e se reservou o direito de fazê-lo ontem porque havia passado a tarde em Joinville e estava indisposto.

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